terça-feira, 23 de abril de 2024

São Jorge, o grande Mártir

Devem ter sido espetaculares as circunstâncias da sua morte para que os Orientais lhe tenham sempre chamado "o grande mártir", e para que a sua pessoa se tenha, bem depressa, tornado lendária. Não há culto mais antigo nem mais espalhado. 

Já no Século IV, o Imperador Constantino mandou construir uma igreja em honra a São Jorge. Na Inglaterra, principalmente, o seu culto tornou-se, ainda e é, mais popular. Em 1222 o concílio nacional de Oxónia ou Oxford estabeleceu uma festa de preceito em sua honra.

Nos primeiros anos do Século XV, o arcebispo de Cantuária ordenou que tal festa fosse celebrada com tanta solenidade como o Natal. Antes disso o rei Eduardo III tinha fundado, em 1330, a célebre Ordem dos Cavaleiros de São Jorge, conhecidos também pelo nome de Cavaleiros da Jarreteira. Vários artistas, como Rafael, Donatello e Carpaccio representaram São Jorge.

No lugar onde esteve içada a bandeira de Portugal, por ocasião da batalha de Aljubarrota, foi construída, em 1388, uma ermida dedicada a São Jorge. Em 1387, por ordem de Dom João I, rei de Portugal, a imagem deste Santo foi incorporada à procissão de Corpus Christi.


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segunda-feira, 22 de abril de 2024

Considerações Teológicas e Litúrgicas sobre a Concelebração

Em 1981, o padre carmelita Joseph de Sainte-Marie dedicou ao "problema" da concelebração - que é o que ela se tornou depois do Vaticano II - um volume extenso e bem documentado, que parece ser até hoje o estudo mais completo sobre o assunto (L'Eucharistie, salutdu monde, Dominique Martin Morin, Paris 1982).

O cerne do problema da concelebração é saber se na concelebração há apenas um sacrifício, isto é, uma Missa, ou tantas Missas quantos os concelebrantes. É a esta questão que o Padre Joseph dedica a maior parte dos seus esforços, pois é da resposta a esta pergunta que depende consequentemente a adequação da concelebração ao bem comum da Igreja, ou o seu contrário. Em última análise, a razão última da disputa é saber qual o modo de celebrar o santo Sacrifício da Missa que dá a Deus a maior glória e obtém a maior riqueza de graça redentora para a Igreja.

Uma primeira observação diz respeito à distinção capital entre a antiga concelebração "cerimonial" e a "sacramental". O Padre Joseph de Sainte-Marie explica-a bem, recordando as suas origens históricas. A concelebração das origens é exclusivamente "cerimonial": o bispo, ou o Papa, celebra e os padres ficam à volta. Com o Ordo Romanus III (últimos anos do século VIII), a concelebração "sacramental" aparece pela primeira vez em Roma: tem lugar em quatro ocasiões durante o ano (Páscoa, Pentecostes, festa de São Pedro, Natividade).

Os padres-cardeais da cidade de Roma reúnem-se à volta do Papa para concelebrar. No século IX, na sequência do Ordo Romanus IV, há documentos que falam da concelebração da Missa Crismal de Quinta-feira Santa em algumas cidades de França (por exemplo, Lyon) e de outras festas litúrgicas como a Epifania e a Ascensão. Com o fim do século XII, a concelebração em Roma desaparece. No século XVI, reaparece inicialmente de forma esporádica e depois mais generalizada nas missas de ordenação, sobretudo sacerdotal e episcopal.

No século XVIII, a concelebração "sacramental" começou a ser adoptada no Oriente por influência do Ocidente, mas só era prevista nos dias de festa para dar maior relevo à liturgia. No Oriente, sempre existiu a concelebração "cerimonial", que continua a ser exclusiva na maior parte das igrejas (caldeia, arménia, etíope, greco-ortodoxa, síria).

O tema da concelebração reapareceu após a Segunda Guerra Mundial, promovido pelo movimento litúrgico: o princípio teológico subjacente era a supressão da distinção entre o sacerdócio do padre e o dos fiéis que "concelebram" juntos. O Papa Pio XII denunciou estes erros na sua encíclica Mediator Dei (20-11-1947). Em 1954, Pio XII reafirmou que só o sacerdote tem o poder de oferecer o sacrifício da Missa e condenou o princípio segundo o qual uma Missa assistida por 100 sacerdotes é igual a 100 Missas.

A 22 de Setembro de 1956, no Congresso Internacional de Liturgia, Pio XII clarificou o seu pensamento, explicando que "no caso de uma concelebração no verdadeiro sentido da palavra, Cristo, em vez de agir através de um ministro, age através de vários". No discurso do Papa, fica clara a necessária diferença entre concelebração "sacramental" e "cerimonial".

Durante os anos do Concílio, houve uma mudança da concelebração cerimonial para a sacramental, "lançada" por teólogos e liturgistas progressistas, mas rigorosos, como o Padre Karl Rahner, o Bispo A.G. Martimort, Dom Bette, que estavam conscientes de que a concelebração sacramental implicava um único acto litúrgico e, portanto, uma única Missa. Esta linha influenciou o Concílio, onde se discutiu muito sobre o assunto.

A 25 de Janeiro de 1964, Paulo VI, com o Motu Proprio Sacram Liturgiam, instituiu uma comissão encarregada de pôr em prática as prescrições da Sacrosanctum Concilium. Paulo VI concelebrou em S. Pedro a 14 de Setembro do mesmo ano, na abertura da terceira sessão do Concílio. Desde então, a concelebração sacramental é uma prática corrente na Igreja.

A unicidade do Sacrifício em caso de concelebração é considerada pelo Padre de Sainte-Marie como um facto certo e não discutível. São Tomás já tinha colocado a questão: "Se mais do que um sacerdote pode consagrar a mesma hóstia", ao que deu a seguinte explicação: "Se cada sacerdote actuasse pela sua própria virtude, os outros celebrantes seriam supérfluos, bastando um só. Mas como o sacerdote consagra apenas na pessoa de Cristo, e os muitos são apenas "um em Cristo", pouco importa que este sacramento seja consagrado por um ou por muitos, desde que se respeite o rito da Igreja" (Summa Theologica, III, q.82, a.2, ad. 2 m).

No fundo, S. Tomás considera supérfluo que vários sacerdotes façam o que só um pode fazer. Por conseguinte, para a concelebração de uma Missa, o número de celebrantes pouco ou nada importa. E a única maneira de multiplicar o número de sacrifícios eucarísticos (para a glória de Deus e a salvação das almas) não é multiplicar os ministros da concelebração, o que produz o efeito contrário, mas multiplicar as celebrações litúrgicas do rito sacramental da Missa.

O teólogo dominicano Roger Thomas Calmel dá um exemplo muito apropriado para explicar a unicidade do sacrifício no caso da concelebração: "Se um pelotão de doze soldados se reúne para matar um traidor, haverá certamente doze actos de "matança", mas a matança é apenas uma. Imaginemos que os traidores são muitos. Pois bem, a Pátria será muito mais eficazmente assistida se cada um dos soldados matar um traidor, do que se 12 soldados se reunirem para matar apenas um traidor. Do mesmo modo, a Igreja de Deus será muito mais ajudada (e sobretudo Deus será muito mais glorificado) se, por exemplo, 40 sacerdotes rezarem cada um uma Missa, do que se 40 sacerdotes se reunirem para rezar uma única consagração, uma única missa. (...) A glória dada a Deus, a intercessão propiciatória pelas almas é certamente menor quando há um só sacrifício sacramental (concelebração) do que quando há 40 sacrifícios sacramentais. Digo 'sacramentais' para os distinguir do sacrifício sangrento que é um só".
Mais tarde, em 1991, numa carta ao Cardeal Pietro Palazzini, o Padre Enrico Zoffoli, autor do texto 'La Messa unico tesoro e la sua concelebrazione', pergunta: quantas Missas há de facto: uma, ou quantos sacerdotes concelebrantes? "Não hesito em responder - escreve ele - que todos celebram uma só Missa, se verdadeiramente concelebrarem.

De facto: se na Missa individual um é o ministro do ofertório, na Missa concelebrada há muitos; mas só fisicamente, não moralmente; uma distinção que, na minha opinião, é suficiente para resolver a controvérsia. Na realidade: um é o altar..., uma é a matéria a ser consagrada..., uma é a consagração..., um é o momento de pronunciar as palavras da consagração...; um é o sacerdócio ministerial sublinhado pela concelebração... Todos, portanto, representam e comportam-se como se fossem (formassem) UM SÓ MINISTRO com a intenção de realizar uma única acção litúrgica: Multi sunt unum in Christo..." (S. Th., III, q.82, a.2, 3um).

O importante é que "omnium intentio debet ferri ad idem instans consecrationis" (iv., c.). "A questão - escreve o teólogo passionista - antes de qualquer uma das minhas afirmações e explicações, foi várias vezes proposta a numerosos e seleccionados grupos de fiéis, que unanimemente e sem qualquer hesitação se pronunciaram a favor da ideia de que a "Missa" concelebrada é uma só, e não muitas Missas celebradas, tantas quantos são os sacerdotes.

Alguns gostariam de fazer passar Pio XII como precursor da concelebração.  Na realidade, sob o pontificado de Pio XII, a concelebração não tinha direito de cidadania, excepto - como já era tradição da Igreja - por ocasião das ordenações episcopais e sacerdotais. A única novidade está contida na Episcopalis Consecrationis com a qual a "concelebração episcopal" (isto é, a imposição das mãos sobre o novo bispo) é aberta aos bispos assistentes, segundo indicações precisas. Com a afirmação de que na concelebração há uma "consagração simultânea" (Alocução por ocasião do encerramento do Congresso Nacional de Liturgia Pastoral - Assis 1956), parece claro que se trata de um único Sacrifício, como sustenta também o Cardeal Journet, que afirma que na concelebração há muitos consagradores, "plures ex aequo consecrantes", mas uma só ação consagratória, "uma só consecratio" (Le sacrifice de la Messe, in Nova et Vetera, 46 (1971), p. 248).

É de notar também que as intervenções magisteriais mais autorizadas em matéria litúrgica (a Constituição Apostólica Episcopalis Consecrationis e a Encíclica Mediator Dei) não tratam da concelebração eucarística em sentido estricto. Pio XII só se ocupou dela na sua alocução de 22 de Setembro de 1956, na qual afirmou que "no caso de uma concelebração no sentido próprio da palavra, Cristo, em vez de agir através de um ministro, age através de vários".

A primeira experiência de concelebração teve lugar a 19 de Junho de 1964, na igreja de Sant'Anselmo, com a concelebração de 20 sacerdotes. Desde então, a concelebração difundiu-se de forma exponencial e selvagem. Mas - para esclarecer as intenções dos inovadores - é necessário ler o capítulo XI "Concelebração" do volume de Mons. Annibale Bugnini, 'La riforma liturgica' (1948-1975) (C.L.V.- Edizioni Liturgiche, Roma 1997, pp. 133-144 e passagens), no qual o autor, secretário da Comissão Litúrgica Preparatória, explica como chegou ao "primeiro rito completamente novo da reforma" (p. 133), o da concelebração e da comunhão sob as duas espécies, que entrou em vigor a 15 de Abril
de 1965. Bugnini confirma como "nesta forma de celebração, vários sacerdotes, em virtude do mesmo sacerdócio e na pessoa do Sumo Sacerdote, actuam juntos, com uma só vontade e uma só voz, e celebram o único sacrifício com um só acto sacramental e participam nele juntos" (p. 138).

Para além da diatribe teológico-litúrgica, é preciso ter em conta as implicações pastorais da concelebração. É certo que a concelebração não ajuda nem os sacerdotes nem os fiéis na sua vida espiritual e, portanto, na salus animarum (salvação das almas) que é - até prova em contrário - a lex suprema (da Igreja). Na concelebração, os sacerdotes estão imersos em mil distracções e estão certamente muito menos envolvidos no mistério do que se celebrassem sozinhos.

Os fiéis assistem a uma diminuição acentuada das Missas, porque os padres preferem muitas vezes a concelebração mais rápida e menos exigente. Se a concelebração for então gradualmente imposta, será cada vez mais difícil para os fiéis encontrarem Missas a horas diferentes, uma vez que, para cada concelebração, há uma diminuição de Missas (e de graças) inversamente proporcional ao número de concelebrantes. Logo, menos Missas para aquele povo de Deus, aquele rebanho, que parece ser o grande privilegiado de todas as escolhas pastorais. Mas, no que respeita à concelebração, ela é, na realidade, a grande penalizada. A não ser que se queira um lento convite ao abandono progressivo da Santa Missa.  

Cristiana de Magistris in Corrispondenza Romana


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Trinità dei Pellegrini com fachada renovada

Terminou o restauro da fachada da paróquia Trinità dei Pellegrini, em Roma. Nesta fotografia pode ver-se o antes e o depois.

A igreja, que estava semi-abandonada, foi entregue pelo Papa Bento XVI à Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, em 2007. Desde aí, graças à liturgia tradicional bem cuidada, a vida paroquial floresceu e os resultados estão à vista.


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domingo, 21 de abril de 2024

A importância dos Acólitos



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Os 7 graus de humildade segundo Santo Anselmo

Hoje é dia de Santo Anselmo de Cantuária (onde morreu) ou d'Aosta (onde nasceu): um grande missionário (Arcebispo de Canterbury), cientista (teólogo) e Doutor da Igreja. Apesar de ser um génio conseguiu crescer em humildade; virtude difícil mas necessária para se ser feliz.

Estes são os 7 graus de humildade, segundo Santo Anselmo:

1. Reconhecer-se digno de desprezo (por causa da própria miséria);
2. Sofrer por causa disso (seria errado amar os próprios defeitos);
3. Confessá-lo sinceramente;
4. Convencer os outros disso;
5. Tolerar pacientemente que o digam;
6. Tolerar pacientemente ser tratado como vil;
7. Alegrar-se por causa disso.


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sábado, 20 de abril de 2024

O Bispo Vitus Hounder foi enterrado em Êcone










Como tinha pedido, Mons. Vitus Huonder foi enterrado em Êcone, junto ao túmulo de Mons. Marcel Lefebvre. A partir de Maio de 2019, quando passou a Bispo emérito da diocese de Coira por razões de idade, Mons. Huonder mudou-se para uma casa da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, com autorização do Papa Francisco.

Aí, ao longo destes 5 anos, colaborou com a FSSPX em vários aspectos do seu apostolado. Entregou a alma ao Senhor no passado dia 3 de Abril. Que a sua alma descanse em paz.


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Ajoelhar-se é um acto estranho para a cultura moderna

Ajoelhar-se é um acto estranho para a cultura moderna – enquanto cultura que se afastou da Fé, e já não conhece Aquele diante do qual o estar de joelhos é a postura justa e necessária.

Quem aprende a crer aprende também a ajoelhar-se. Uma Fé ou uma Liturgia que já não conhece o ajoelhar-se tem o seu núcleo (o seu coração) doente. Nos lugares onde se perdeu, o acto de se ajoelhar deve ser recuperado.

Cardeal Ratzinger (Papa Bento XVI) in 'Introdução ao Espírito da Liturgia'


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sexta-feira, 19 de abril de 2024

quinta-feira, 18 de abril de 2024

O Papa Bento distribuía normalmente a comunhão de joelhos e na boca

Em 2009, sendo Bento XVI o Papa reinante, o Ofício das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice emitiu um documento no qual defende a comunhão de joelhos e na boca. Publicamos aqui a tradução das partes mais relevantes desse texto:

Desde o tempo dos Padres da Igreja, existiu uma tendência que foi sendo consolidada: a preferência de distribuir a Sagrada Comunhão na língua ao invés de distribui-la na mão. São duas as motivações para esta prática: 1) para evitar, tanto quanto possível, que partículas Eucarísticas possam perder-se (por ex: ficarem na mão depois de comungar, e até mesmo caírem no chão); 2) aumentar a devoção entre os fiéis na Presença Real de Nosso Senhor no Sacramento da Eucaristia.

São Tomás de Aquino também se refere à prática de receber a Sagrada Comunhão apenas na língua. Ele afirma que tocar no Corpo do Senhor é próprio, apenas, para o sacerdote ordenado.

Portanto, por vários motivos, entre os quais o Doutor Angélico cita o respeito pelo sacramento, escreve: "...como forma de reverência para com este Sacramento, nada o toque, apenas o que é consagrado (o sacerdote), uma vez que o corpo e o cálice são consagrados, também as mãos do sacerdote (o foram) para que tocasse nesse Sacramento. Por isso, não é lícito a ninguém tocá-lo, excepto por necessidade, por exemplo, se fosse cair sobre o chão, ou então em algum outro caso de urgência."(Summa Theologiae, III, 82, 3).

Ao longo dos séculos, o momento da Santa Comunhão sempre foi marcado com sacralidade e respeito, esforçando-se constantemente para desenvolver os melhores sinais externos que poderiam promover a compreensão deste grande mistério sacramental. Na sua solicitude amorosa e pastoral, a Igreja tem a certeza que os fiéis recebem a Santa Comunhão tendo no seu interior correctas disposições, entre as quais se destacam a disposição e a necessidade dos fiéis compreenderem a Presença Real d'Aquele que estão para receber. (ver: Catecismo do Papa Pio X, nn. 628 e 636). 

A Igreja ocidental estabeleceu o sinal de ajoelhar-se como um dos sinais de devoção adequado para os que vão comungar. Um ditado célebre de Santo Agostinho, citado pelo Papa Bento XVI no n. 66 da sua Encíclica Sacramentum Caritatis, ("O Sacramento do Amor"), ensina: "Ninguém come desta Carne sem primeiro adorá-la, podemos até pecar se não a adoramos" (Enarrationes in Psalmos 98, 9). Ajoelhar-se mostra e promove a adoração necessárias antes de receber Cristo Eucarístico.

A partir desta perspectiva, o então Cardeal Ratzinger assegurou que: "A comunhão só atinge a sua verdadeira profundidade quando é apoiada e rodeada por adoração" [The Spirit of the Liturgy (Ignatius Press, 2000), p. 90]. 

Por esta razão, o Cardeal Ratzinger afirmou que "a prática de se ajoelhar para a Santa Comunhão tem em seu favor uma tradição já antiga, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, à luz da presença verdadeira, real e substancial de Nosso Senhor Jesus Cristo sob as espécies consagradas "[citado na carta "This Congregation" of the Congregation for Divine Worship and the Discipline of the Sacraments, July 1, 2002].


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Reclusos da prisão de Fort Madison (Iowa) na Santa Missa, 1958




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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Festa de São José, Padroeiro da Igreja Universal

Nesta Quarta-Feira da Segunda Semana de Páscoa, celebramos a instituição de São José como Padroeiro da Igreja. O Papa Pio IX fê-lo no dia 8 de Dezembro de 1870, com o decreto Quemadmodum Deus:

À Cidade e ao Mundo

Da mesma maneira que Deus havia constituído José, gerado do patriarca Jacob, superintendente de toda a terra do Egipto para guardar o trigo para o povo, assim, chegando a plenitude dos tempos, estando para enviar à Terra o Seu Filho Unigénito, Salvador do Mundo, escolheu outro José, do qual o primeiro era figura, fê-lo Senhor e Príncipe da sua casa e propriedade e elegeu-o guarda dos seus tesouros mais preciosos.

De facto, ele teve como esposa a Imaculada Virgem Maria, da qual nasceu, pelo Espírito Santo, Nosso Senhor Jesus Cristo, que perante os homens dignou-se ter sido considerado filho de José e lhe foi submisso. E Aquele que tantos Reis e Profetas desejaram ver José não só viu, mas com Ele conviveu e com paterno afecto abraçou e beijou; e além disso, nutriu cuidadosamente Aquele que o povo fiel comeria como Pão descido dos Céus para conseguir a vida eterna. Por esta sublime dignidade, que Deus conferiu a este fidelíssimo servo seu, a Igreja teve sempre em alta honra e glória o Beatíssimo José, depois da Virgem Mãe de Deus, sua esposa, implorando a sua intercessão em momentos difíceis.

E agora, nestes tempos tristíssimos em que a Igreja, atacada de todos os lados pelos inimigos, é de tal maneira oprimida pelos mais graves males, a tal ponto que homens ímpios pensam ter finalmente as portas do Inferno prevalecido sobre ela, é que os Veneráveis e Excelentíssimos Bispos de todo o mundo católico dirigiram ao Sumo Pontífice as suas súplicas e as dos fiéis por eles guiados, solicitando que se dignasse constituir São José como Patrono da Igreja Católica.

Tendo depois no Sacro Concílio Ecuménico do Vaticano insistentemente renovado as suas solicitações e desejos, o Santíssimo Senhor Nosso Papa Pio IX, consternado pela recentíssima e funesta situação das coisas, para confiar a si mesmo e os fiéis ao potentíssimo patrocínio do Santo Patriarca José, quis satisfazer os desejos dos Excelentíssimos Bispos e solenemente declarou-o Patrono da Igreja Católica, ordenando que a sua festa, marcada para 19 de Março, seja de agora em diante celebrada com rito duplo de primeira classe, porém sem oitava, por causa da Quaresma.

Além disso, ele mesmo dispôs que tal declaração, por meio do presente Decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, fosse tornada pública neste santo dia da Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus e Esposa do castíssimo José.

Rejeite-se qualquer coisa em contrário.


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terça-feira, 16 de abril de 2024

O que é a Confissão e quem está obrigado a confessar-se?

CONFISSÃO SACRAMENTAL é a acusação dos pecados próprios, cometidos depois do Baptismo, feita ao legítimo Sacerdote para receber a absolvição. 

Os homens como as mulheres, ou sejam crianças ou velhos, pobres ou ricos, sábios ou ignorantes, sãos ou enfermos, desde que chegam ao uso da razão e enquanto conservam o uso do discernimento, têm obrigação de confessar os seus pecados pelo menos uma vez cada ano

Para obter o perdão dos pecados no sacramento da Penitência é necessário acusar todos os pecados mortais cometidos e as circunstâncias que mudam a espécie de pecado. O cristão  que se quer confessar deve: a) fazer exame de consciência; b) ter arrependimento ou contrição de todos os seus pecados; c) confessar todos os pecados de que se recordar; d) estar disposto a cumprir a penitência que o
Confessor lhe impuser e cumpri-la sem demora. 

A contrição é de tal modo necessária para obter o perdão do pecado que sem ela, diz S. Tomás, nem mesmo um pecado venial pode ser perdoado. E a contrição para ser sincera há de ser acompanhada do propósito firme, que o penitente terá de não tornar a pecar.

O Confessor tem obrigação de dar a absolvição ao penitente que julga estar bem disposto, e tem obrigação de a negar àquele que julga ser incapaz ou indigno da absolvição. Incapazes da absolvição são: os perpetuamente dementes, os não batizados, os que já estão mortos, os que ignoram as verdades absolutamente necessárias para a salvação. 

Indignos são: os que não dão nenhum sinal de arrependimento; os que se recusam a acabar com os ódios e inimizades, ou a restituir o alheio podendo fazê-lo; os que não querem deixar a ocasião próxima do pecado ou não querem corrigir-se de algum pecado; os que deram escândalo público, a não ser que acabem com o escândalo e o retratem publicamente. 

O lugar próprio da confissão sacramental é a igreja ou capela pública ou semi-pública. As mulheres não se devem confessar fora do confessionário, a não ser por motivo de enfermidade ou por causa de verdadeira necessidade. 

Padre José Lourenço in 'Dicionário da Doutrina Católica'



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segunda-feira, 15 de abril de 2024

Padre Rupnik continua como consultor da Santa Sé

O Padre Marko Rupnik foi acusado por abusos sexuais a duas dezenas de religiosas.

Os detalhes dos abusos, contados pelas vítimas, são escabrosos e incluem graves abusos psicológicos. Ademais, absolveu em confissão alguém com quem tinha cometido o pecado de fornicação, algo que é um pecado muito grave que tem como consequência uma pena canónica, a excomunhão. Entretanto, a excomunhão foi levantada pela Santa Sé.

Por causa da reiterada desobediência, o Padre Rupnik foi expulso da Companhia de Jesus em Junho de 2023. Apesar de tudo isso, aparece no anuário pontifício como consultor do Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. Além disso, aparece como sacerdote jesuíta, algo que já não é.


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Crianças bem entregues




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domingo, 14 de abril de 2024

Não há nenhum noite como esta

Não há em todo o ano litúrgico, que é o vôo circular em que a Igreja contempla amorosamente os mistérios de Cristo, momento mais jubiloso e mais belo em que, antes de acender o Círio Pascal, o Diácono canta o “Exultet Jam Angélica Turba Caelorum...” que é, sem dúvida alguma, o maior primor que os homens, com inspiração divina e engenho próprio jamais lograram compor em toda a história do cristianismo e do mundo. 

Quem já adulto, e já doloridamente vivido, teve a felicidade de ouvi-lo pela primeira vez no esplendor do Movimento Litúrgico, pôde apreciar, nessa adamantina condensação, todo o apuro, todo o requinte de infinito bom-gosto que a Igreja, ex abundantia operis, trouxe à civilização, e até hoje guarda a lembrança do estremecimento da alegria que nessa noite sentiu como antecipação de todas as promessas de Deus:
 
O vere beata nox, quae sola meruit scire tempus et horam in qua Christus ab inferis ressurrexit! – Ó bem-aventurada noite, única que mereceu conhecer o dia e a hora em que Cristo ressuscitou dos mortos. Inebriada de alegria a Igreja delira, e chega à amorosa inconveniência, à desmedida loucura de cantar:

O certe necessarium Adae peccatum... O felix culpa... – Ó necessário pecado de Adão...Ó culpa feliz.

E depois, agora mais senhora de si, gravemente repete a grande história do Verbo de Deus desde a madrugada da Criação, desde a promessa feita a Abraão, e através das palavras dos profetas até aquela outra madrugada do primeiro dia da semana em que Maria Madalena e a outra Maria vieram visitar o sepulcro.

Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e Salomé, haviam comprado aromas para embalsamá-Lo, e pelo caminho diziam: “Quem nos levantará a pedra do sepulcro?”

Chegadas, viram a pedra rolada, e então as duas mulheres voltaram correndo para anunciar aos apóstolos o que viram e ouviram do anjo que estava ao lado do sepulcro: Ele ressuscitou!

E daí em diante começaram as páginas mais transluminosas, e mais banhadas de alegria das Sagradas Escrituras. Cada quadro tem uma luz suave e mais penetrante do que todo o alvorecer da Criação.

Agora num relâmpago, vemos Maria Madalena voltar-se para o vulto que julgava ser o do jardineiro, e com ela ouvimos:
 - Maria! E logo a resposta de adoração: - Raboni!
 
Mais adiante é no Cenáculo, onde estavam fechados e tristes os apóstolos, que Jesus ressuscitado aparece e lhes diz: “A paz seja convosco.” 

E agora é na estrada de Emaús que dois discípulos caminham conversando a respeito de tudo o que havia acontecido, e à certa altura percebem que alguém caminha com eles, e lhes pergunta: “De que falais enquanto caminhais?” Os viandantes ficaram tristes, e o que se chamava Cleofas respondeu ao desconhecido: “Serás tu, forasteiro em Jerusalém, o único a ignorar o que se passou nestes dias?” “O que aconteceu?”, perguntou o desconhecido. E os peregrinos contaram a história de Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus, que os príncipes dos sacerdotes e magistrados entregaram para ser condenado à morte, e morte de cruz; e disseram que estavam tristes porque esperavam que ele libertasse Israel, e agora já três dias passaram... É verdade que algumas mulheres, que se achavam conosco, dizem que seu corpo desapareceu do sepulcro e que um anjo anunciou que Ele estava vivo! Mas eles ainda duvidavam...

Disse-lhes então o desconhecido: “Ó homens sem inteligência, como tarda vosso coração em crer o que os Profetas anunciaram!” E começando por Moisés, percorrendo todos os Profetas, o desconhecido ia explicando as palavras de Deus à medida que se aproximava de Emaús. O desconhecido deu a entender que tomava outro caminho, mas a pedido dos peregrinos entrou com eles num albergue. “Fica conosco!” pediam os peregrinos, e Jesus, com eles à mesa, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o, e deu-lhes, e então seus olhos se abriram, mas Jesus desaparecera.

Esta pequena história que resiste a todos os maltratos da humana grosseria, tem inspirado e animado o engenho de todas as artes humanas, e poderá ainda, até o fim do mundo, ser cantada, contada, pintada e lavrada sem que a infinita profundidade de sua beleza venha a se exaurir. Por mim, neste momento, sinto com especial comoção a beleza da ação de graças dos dois peregrinos quando retomam a caminhar: — “Lembras-te como nosso coração se abrasava quando Ele, no caminho, nos explicava as Escrituras?”.
 
Peçamos nós a esses santos peregrinos que nos obtenham de Deus a mesma graça de sentir arder o coração quando ouvirmos a voz de Cristo na voz da Igreja a nos explicar os formidáveis mistérios da Pátria.

Diz-nos São Paulo na Vigília Pascal: “Se morrermos com Cristo, com Ele ressuscitaremos e viveremos". Mas nosso tardo coração sente-se amedrontado diante de tão excessiva promessa de Deus.

Na verdade, na verdade, todos os dons de Deus e todas as suas promessas são excessivas, e tamanho clarão de mistério às vezes mais nos ofusca e nos cega do que nos ilumina. “Creio... na ressurreição da carne...” balbucio eu envolvendo este artigo no mesmo global ato de fé que tem sua razão de ser na Palavra de Deus. Balbucio e tremo quando considero esta pobre carne já tão desgastada, “comme um vieux mouton qui a perdu sa laine aux ronces du chemin” – como um velho carneiro que perdeu sua lã nos espinhos do caminho. Como poderá resplender e reflorescer este pobre corpo já tão próximo do desmoronamento total?

Afina teu ouvido, ó tardo coração, e pondera que nesta Vigília Pascal, por sua Igreja, Cristo nos rememora todas as grandezas de Deus desde a criação até esse momento único em que a chama do Círio representa a grande transição, a maravilhosa travessia, a Páscoa que nos transporta de um desastrado mundo para o mundo dos ressuscitados. E pondera bem, alma de minh’alma, que um só ato vivificado pela graça de Cristo é maior do que todas as galáxias; e que as vezes que do pecado saíste por um ato de contrição e pelo perdão sacramental somam maior total de maravilhas do que todo o Universo criado. 

Na verdade, na verdade tu te deténs demais na excessiva promessa anunciada pelo Exultet porque ainda te agarras demais à ideia de que teu corpo com sua variedade de órgãos e funções, é a maior maravilha de teu ser. No que te enganas demais, alma de minha alma, porque a maior maravilha de meu ser é a graça da adoção, é o favor sobrenatural que Deus nos concede: o de podermos chamá-lo de Pai Nosso...

E nessa ordem de coisas, que importa infinitamente mais do que todas as estrelas do céu, todas as flores da terra e todos os peixes do mar, nessa ordem nova ou nessa nova criação – tudo é graça.

Gustavo Corção in 'O Globo' (29/III/1975)


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sábado, 13 de abril de 2024

Santo Hermenegildo, Rei e Mártir

Hermenegildo era filho de Leovigildo, rei dos Visigodos em Espanha, e de Teodósia, a primeira esposa daquele rei. Depois da morte da esposa, o rei visigodo casou-se com Goswinda, viúva do seu irmão Atanagildo e mãe de Brunehaut, mulher de Sigeberto, rei da Austrásia. Foi com uma filha de Sigeberto e de Brunehaut que Hermenegildo se casou.

A esposa do futuro Mártir chamava-se Ingonda e era Católica. Ora, Goswinda, ariana, nutria grande ódio pelos Católicos, e começou a perseguir a nora. No princípio usou de carinhos, doces palavras, procurando induzir Ingonda a receber o baptismo no Arianismo. Ingonda, corajosa e determinadamente, recusou-se, e passou a receber da sogra os piores tratamentos.

Leovigildo, um dia, para pôr termo às discussões entre a mulher e a nora, resolveu enviar Hermenegildo e a jovem esposa para Sevilha. Ingonda, desde então, procurou, por todos os meios, encaminhar o marido para a Fé Católica. Pôs-se a catequizá-lo, e Hermenegildo, assim que se inteirou das Verdades que a boa esposa lhe expunha, a tudo vendo com muita clareza, deixou os erros que abraçara desde que nascera e se fez Católico.

Leovigildo, quando soube da conversão do filho, procurou, enraivecido, matá-lo. E o príncipe, para se defender, aliou-se ao imperador de Bizâncio, que ia atacar a Espanha.  

Um dia, Hermenegildo recebeu mensageiros do pai, que lhe disseram:

- Ide procurar o vosso pai, que vós ambos tendes coisas em comum a discutir.

Hermenegildo respondeu-lhes:

- Não irei. Meu pai é meu inimigo, porque sou Católico.

Leovigildo, diante daquela resposta, marchou contra o filho, que, chamando os gregos em seu auxílio, avançou contra o pai. Quando, porém, as forças do Santo deram com o Exército do rei visigodo, debandaram, abandonando-o, e Hermenegildo, sem nenhuma esperança, refugiou-se numa igreja das vizinhanças. E ali, orando a Deus, disse:

- Que meu pai não me venha atacar, porque é um ímpio crime que um pai seja morto por um filho e um filho pelo pai.

Leovigildo, acampado a pouca distância, tratou de lhe enviar um deputado. E assim, logo mais, Recaredo, irmão do jovem príncipe, discorria sobre a boa acolhida que o pai lhe desejava fazer. E acrescentou:

- Vamos, ajoelhe-se aos pés do nosso pai, e ele tudo perdoará.

Diante disto, Hermenegildo foi ao encontro do velho rei, que, ao recebê-lo, abraçou-o com fingido carinho. Pouco depois, era preso. O Santo, conduzido a Sevilha, foi posto numa estreita prisão. E ali, desejoso do Céu, rogava a Deus que lhe desse forças para perseverar até ao fim. E as cadeias que carregava, levava-as com grande resignação, com imensa doçura, como se fora um cilício.

Hermenegildo, firme na Fé, foi morto na própria prisão, a mandado do perverso pai, na noite de 13 de Abril de 586. E os milagres não faltaram para manifestar a glória do rei Mártir.

O pai, herético e parricida, reconheceu, arrependido, a Verdade da Fé Católica, mas, temeroso da Nação, não teve coragem de abraçá-la [o fim dos tíbios é conhecido: serão vomitados por Deus]. E Recaredo, morto Leovigildo, não seguiu o exemplo do pai, mas sim o do irmão Mártir: converteu-se, tornando-se um bom Católico.

Sob as instâncias do rei Filipe II, o Papa Sisto V autorizou-lhe o culto em toda a Espanha, e Urbano VIII estendeu o culto a toda a Igreja.

Santo Hermenegildo é o padroeiro de Sevilha.

Padre Rohrbacher in 'Livro Vida dos Santos' (Volume VI, p. 325-327)


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sexta-feira, 12 de abril de 2024

A beleza salvará o mundo




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Cardeal Sarah elogia Bispos africanos por resistirem à propaganda homossexual

O Cardeal Robert Sarah, um dos principais cardeais em termos de inteligência e integridade, elogiou os bispos dos Camarões pela sua declaração "corajosa e profética" de 21 de Dezembro contra as pseudo-bênçãos homossexuais.

"Fizeram uma obra de caridade pastoral ao apontar a verdade", afirmou. É "errado e ridículo" que "algumas pessoas no Ocidente" afirmem que os bispos dos Camarões agiram em nome de um "particularismo cultural", esclareceu Sarah. Afirmaram, "numa lógica de neo-colonialismo intelectual", que os africanos "ainda" não estão prontos para "abençoar" o pecado "por razões culturais", disse: "Como se o Ocidente tivesse uma vantagem sobre os africanos, mais atrasados".

Na realidade, os bispos em África estão a agir "em nome do único Senhor, da única Fé da Igreja", explicou Sarah: "Desde quando é que a verdade da Fé, o ensino do Evangelho, está sujeito a culturas particulares?"

Sarah adverte contra a ideia destrutiva de que a Fé deve ser interpretada "diferentemente" em diferentes lugares, culturas e povos. Ele identificou esta ideologia como "apenas um disfarce para a ditadura do relativismo". O seu objectivo é introduzir deficiências na doutrina e na moral em certos lugares, sob o pretexto de "adaptação cultural". Assim, "querem permitir um diaconato feminino na Alemanha, padres casados na Bélgica, a confusão entre o sacerdócio ordenado e o sacerdócio comum na Amazónia".

O Cardeal Sarah espera que os bispos africanos se tornem defensores da Fé, mas observa que as suas vozes no último Sínodo foram desprezadas por aqueles cuja única obsessão é "agradar aos lobbies ocidentais".

in gloria.tv


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quinta-feira, 11 de abril de 2024

Perdão depois do Genocídio no Ruanda

Passam 30 anos do horrível genocídio no Ruanda. Em cerca de 100 dias, 800 mil pessoas da etnia tutsi foram assassinadas por pessoas da etnia hutu.
 
Um hutu chamado Nkundiye, na altura com 43 anos, matou um homem apenas por ser tutsi. Mais tarde foi preso. Na prisão arrependeu-se profundamente do seu crime, pediu perdão à família da vítima e hoje em dia ambas as famílias são vizinhas.
 
Nkundiye conta como foi perdoado pela viúva do homem que assassinou, Laurencia Mukalemera:

«Estou-lhe muito agradecido. Desde que lhe pedi desculpa, depois da vida na prisão, confessando os meus crimes e pedindo-lhe perdão ela perdoou-me. Hoje em dia até deixo os meus filhos com ela quando estou fora.»

Este exemplo de perdão é fortíssimo! O mal não vencerá!


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Uma peregrinação aberta a todos, todos, todos.




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quarta-feira, 10 de abril de 2024

Papa volta a usar o título "Patriarca do Ocidente"

O Papa Francisco voltou a associar o ofício papal ao Patriarca do Ocidente. Este título havia sido retirado em 2006, pelo Papa Bento XVI, que o considerava pouco claro e obsoleto. O título começou a ser utilizado pelo Papa Teodoro, no ano 642 d.C.


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12 ideias para resistir à tentação e crescer em virtude

1. Praticar a custódia dos sentidos: o mau uso dos cinco sentidos pode tornar-se uma porta de entrada para o mal.

2. Não negligenciar Deus e a oração: cultivar uma vida Eucarística, tornar-se n'O que se recebe.

3. Orar pelo desapego do pecado: optar pela santidade.

4. Confiar em Deus: a ansiedade pode levar a mais tentações.

5. Evitar reclamar e negatividade: cultivar a gratidão e oração em todas as circunstâncias.

6. Perdoar e aceitar o perdão de Deus.

7. Viver o momento presente: na presença de Cristo, Virgem Maria, Anjos e Santos.

8. Ler e orar com a Palavra de Deus viva: usá-la como uma arma contra a tentação.

9. Confiar no poder de Deus, não no nosso: discernir, resistir e correr para o Senhor.

10. Sacramentais: Na fé, usá-los pro-activamente como protecção.

11. Sacramentos: os sacramentos são recursos perpétuos e poderosos para receber a graça.

12. Liberdade: conhecer a capacidade do livre arbítrio para escolher o bem e o mal.


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Alegria Pascal



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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Anunciação do Anjo a Maria segundo São Bernardo de Claraval

Hoje é o dia em que o Anjo Gabriel anunciou a Maria que seria Mãe de Jesus Cristo, Deus feito homem, e Nossa Senhora disse sim a esta incomparável missão de ser a Mãe de Deus:

Ouviste, ó Virgem, a voz do Anjo: Conceberás e darás à luz um filho. Ouviste-o dizer que não será por obra de varão, mas por obra do Espírito Santo. O Anjo aguarda a resposta: é tempo de ele voltar para Deus que o enviou. Também nós, miseravelmente oprimidos por uma sentença de condenação, também nós, Senhora, esperamos a tua palavra de misericórdia.

Em tuas mãos está o preço da nossa salvação. Se consentes, seremos imediatamente libertados. Todos fomos criados pelo Verbo eterno de Deus, mas agora vemo-nos condenados à morte: a tua breve resposta pode renovar-nos e restituir-nos à vida.

Isto te suplica, ó piedosa Virgem, o pobre Adão, desterrado do paraíso com toda a sua mísera posteridade; isto te suplicam Abraão e David. Imploram-te todos os santos Patriarcas, teus antepassados, também eles retidos na região das sombras da morte. Todo o mundo, prostrado a teus pés, espera a tua resposta: da tua palavra depende a consolação dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua linhagem.

Dá, depressa, ó Virgem, a tua resposta. Responde sem demora ao Anjo, ou, para melhor dizer, ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra. Profere a tua palavra humana e concebe a divina. Diz uma palavra transitória e acolhe a Palavra eterna.

Por que demoras? Por que receias? Crê, consente e recebe. Encha-se de coragem a tua humildade e de confiança a tua modéstia. Não convém de modo algum, neste momento, que a tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Virgem prudente, não temas neste caso a presunção, porque, embora seja louvável aliar a modéstia ao silêncio, mais necessário é, agora aliar a piedade à palavra.

Abre, ó Virgem santa, o coração à fé, os lábios ao consentimento, as entranhas ao Criador. Eis que o desejado de todas as nações está à tua porta e chama. Se te demoras e Ele passa adiante, terás então de recomeçar dolorosamente a procurar o amado da tua alma. Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela devoção, abre pelo consentimento.

Maria disse então: «Eis a serva do Senhor, disse a Virgem, faça-se em mim segundo a tua palavra».

in Homilia 4 sobre o «Missus est», §§ 8-9


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